05 julho, 2015

Fake Till You Make It



Sempre disse à minha filha: faz como eu, quando achas que não consegues, finge que sim, quando estás nervosa, finge que não. Passa  o momento e depois podes deixar de acreditar mas, pelo menos, conseguiste fazer o que te propuseste.
Quando o disse pela primeira vez, e tive que explicar à Pipoca o que queria dizer com isto, é que percebi que o fazia em todas as situações que me obrigavam a sair da minha área de conforto e que sempre fiz isso, desde pequena, para ultrapassar as minhas inseguranças e não deixar perceber os meus 
medos: fingia que não tinha vergonha, que não estava nervosa, que estava à vontade, mesmo quando essa não era a minha natureza.
Isso fez de mim quem sou hoje, uma mulher confiante nas suas capacidades, mas também, analisando bem a coisa, a verdade é que continuo a fazer isso. Continuo a fingir que estou à vontade em situações que não estou ou conseguir fazer coisas que nunca faria, porque no momento, finjo que consigo. Depois stresso, agonizo e tudo o que advém de um sentimento que não é o natural. Mas é verdade que se sou a pessoa confiante que sou hoje devo-o à quantidade que vezes que finji que o era sem o ser. E fingi até que o meu cérebro acreditou nisso. E se tornou natural em mim pensar que o era. Complicado? Nada disso.
Foi engraçado que ao comentar que o fazia pela primeira vez, me disseram que tinham ouvido falar disto numa TED Talk. Por uma cientista.
E aquilo que eu pensava que era uma sobreanálise minha sobre as minhas acções, numa autorização para reconhecer em mim as minhas "falhas", afinal é algo real, algo estudado, e algo comprovado.
Continuo com as minhas dúvidas existenciais, como qualquer um, a diferença é que, agora, sei que não sou a única a fingir. De modo positivo.

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