12 julho, 2015

Diz Quem?

Adele by Martin Schoeller
Quem diz que eu sou bonita no meu corpo? Quem diz que não sou?
Nestes tempos de insistência que temos que ser felizes nos nossos corpos, alguém se esqueceu que não é porque o dizem que nós temos que nos sentir assim. 

Sempre houve a mulher ideal (e o homem ideal já que falamos nisso) e a imagem dela mudou ao longo do tempo. O que falta é a noção de auto-estima e auto-respeito que os nosso pais nos passam.
Eu não sou modelo, nem atriz famosa. Não tenho um corpo perfeito, nem o dinheiro para o pagar. E também não tenho que gostar dele (só porque o Dove me diz).

Tenho ancas largas e tive sempre, tal como a minha mãe, e parece-me que a minha filha terá (já que sempre teve anquinha, desde pequena). Tenho celulite, que não vai desaparecer por mais cremes e tratamentos que faça, e não gosto disso. Tenho pernas grossas e agora uma barriga pequena mas flácida por causa da gravidez de risco e pelo facto de nunca ter feito exercício depois dos meus filhos nascerem. E não gosto do meu corpo.
Mas aceito-o.


Tenho rabo grande e umas belas mamocas e gosto assim. Vejo o lado positivo.

Tenho olheiras profundas e não gosto disso. Mas acho-me bonita com maquilhagem. A minha mãe era uma mulher muito bonita (uma Sofia Loren) e ainda é. Não sou assim mas tenho as mesmas linhas de rosto e sou extremamente parecida com ela.
O marido da Sofia Loren dizia que nunca tinha tomado o pequeno almoço com ela desmaquilhada. Eu não saio de casa desmaquilhada, exceto para a praia (e mesmo assim, um CC cream com SPF nunca fez mal a ninguém).
A ideia que as mulheres se têm que aceitar como são é um ideal como qualquer outro...
Todos somos bonitos? Não.
Mas podemos ser o melhor de nós próprios? Sim.

"To have that sense of one’s intrinsic worth which, for better or for worse, constitutes self-respect, is potentially to have everything: the ability to discriminate, to love and to remain indifferent. To lack it is to be locked within oneself, paradoxically incapable of either love or indifference. If we do not respect ourselves, we are on the one hand forced to despise those who have so few resources as to consort with us, so little perception as to remain blind to our fatal weak- nesses. On the other, we are peculiarly in thrall to everyone we see, curiously determined to live out—since our self-image is untenable—their false notions of us. We flatter ourselves by thinking this compulsion to please others an attractive trait: a gift for imaginative empathy, evidence of our willingness to give."

Parabéns às mulheres perfeitas! 
Não as há? Ah bom, então posso ser como eu quiser, se até uma super modelo tem problemas e do que se queixar...
Como dizia o meu pai, com os problemas dos outros posso eu bem!

Por mim arranjava umas pernas bem torneadas e sem celulite e uns olhos sem olheiras.
Porque o meu valor sei-o bem e não está no meu corpo. Neste corpo que não gosto mas aceito, já que tenho de viver com ele.
Então procuro o melhor para me sentir bem. Não uso calças muito justas nem saias ou calções curtos. Não uso roupa muito justa. Uso sempre (vá, quase sempre) um corrector de olheiras.
E se isso me faz sentir bem ou melhor porque é que me hei-de amar como sou? Eu não sou (só) o meu corpo! Mas isso não me faz gostar menos de mim ou achar que tenho menos valor... Só não tenho um corpo perfeito. E o que é perfeito para mim, não é perfeito para vocês, provavelmente!...

Sem comentários:

Enviar um comentário

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...