30 janeiro, 2013

Manos...

Ontem à noite, antes de deitar, hora do xarope para a tosse.
Puto tomou a sorrir. Pipoca decidiu que não queria.
Eu - Vá Pipoca, deixa-te de coisas e abre a boca.
Pipoca - Mas eu não quero.
Eu - Os xaropes não se tomam porque se quer, é quando precisamos.
Pipoca - Mas eu não quero.
Eu - Abre a boca e deixa-te de coisas. Engole. Guarda o xarope enquanto dou o outro ao mano, se faz favor.
Pipoca - Não.
Eu - Pipoca.
Pipoca - Não.
Eu - Então vai para o teu quarto. Não gosto de gente malcriada.
Pipoca sai da minha cama, ofendida, com passo rápido e pesado, vai para o quarto, encosta a porta e começa a chorar.
Puto - A mana tá a choar?
Eu - Está.
Puto - A mana tá a choa poquê?
Eu - Porque foi de castigo para o quarto.
Puto - Poque foi castio?
Eu - Porque foi mal criada.
Puto - Poquê?
Eu - Não sei. Pergunta-lhe.
Puto sai da minha cama e vai para o quarto da irmã.
Puto - Poque tá a choa, mana?
Pipoca - ... (não consegui ouvir do meu quarto a resposta) Não, a culpa não é tua.
Puto - Não choa, mana. Não choa.
Espreito para o quarto dela. Ela está sentada, encolhida, junto à cama, e ele de pé faz-lhe festas no ombro e no cabelo.
Acabo de me despachar e espreito.
Ela continua no canto e ele em pé, ao lado dela, de mão dada.
Tiro o robe e digo:
Eu - Puto, estou pronta para a caminha, vá. Vamos.
Olho e vejo-o de mão dada com ela a puxá-la para vir com ele. Vêm de mãos dadas até ao meu quarto.
Eu - Então Pipoca?
Pipoca - Desculpa.
Eu - Cama. Hoje vou contar a história da Anita Adoro O Meu Irmão.
E ouviram a história e deitaram-se no fim e adormeceram de mão dadas.

1 comentário:

  1. Adorei a mão no ombro, como quem diz: estou aqui para a vida!
    Beijinhos e obrigada por esta terna partilha. :)

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