01 outubro, 2011

Mais Um Pedacinho de Mim...

Free People

Trabalho num hospital. Não salvo vidas, nem curo doentes (nas palavras da "Nurse Jackie"),
mas faço a minha parte. Trabalho com mulheres, na sua maioria, e mantenho algum distanciamento das suas lutas diárias através de profissionalismo com simpatia e empatia. Talvez tenha ficado mais sensível à situação depois da Titi D. ou não. Não me sinto diferente com todas(os) as doentes, apenas em relação a ela. Poucas vezes tivemos situações extremas que me abalassem. A morte de uma doente particularmente nova com uma criança pequena, uma jovem mãe com uma menina da idade da Pipoca acabada de sair de uma depressão pós-parto ou uma mulher muito activa com 2 crianças pequenas que teve que fazer esvaziamento axilar ficando assim condicionada para toda a vida até para pegar nos seus filhos...
   Tivemos uma doente, como tantas outras, com o seu cancro da mama, operado, a fazer a sua quimioterapia, e a passar por tudo isso com uma simpatia e positividade contagiantes. Um marido sempre presente, super simpático, que só não estava lá quando ela o obrigava a "ir à vida dele". Estava tudo a correr bem... Os doentes ficam um pouco afastados de nós, na consulta, enquanto fazem as suas terapêuticas... Esperávamos por ela, e pelo seu sorriso... Sei agora que entrou de urgência no hospital em Agosto e morreu com uma sepsis fulminante que levou a uma paragem cardíaca. Nem queria acreditar...
   Chorei hoje no carro a lembrar-me das suas piadas, quando nos encontrávamos nos corredores do hospital. Pela primeira vez, não fiquei só chocada... Fiquei triste.

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