06 fevereiro, 2013

Impensável...

Já não é a primeira vez que me querem noutro serviço. Que acham que eu sou um espectáculo e que sou perfeita para fazer outras coisas.
Bad timing ou má informação, talvez.

# Susto de morte ou Aperto no peito ou Premonição
Encontro pela manhã o dr. ES que me dá uma dica.
- Então a sua chefe já falou consigo?
Eu - Não. Sobre o quê?
- Então ela há-de falar consigo.
Eu - Ok. (tento dizer com um ar despreocupado, mas o tremor das pernas obriga-me a voltar atrás) Dr., não me diga só isso, não me deixe assim em pulgas.
- Então. Eu quero que vá lá para o serviço, ser integrada no meu serviço, a fazer parte do seu serviço.
Eu - Pois, o problema aí é que o secretariado da consulta é um secretariado activo. (E eu não quero ir para lá)
- Acha mesmo que não pode ser feito por qualquer outra pessoa?
Eu - Pois. (Pois, na verdade não quero saber, porque não quero sair do meu serviço, estou muito bem assim.)
Ora já não é a primeira vez que ele acha que devia estar a trabalhar com ele. O problema é que ele é intragável.
E eu não quero ir trabalhar com ele. Nem no serviço dele.

# Estou irritada ou Toda a gente falha ou Às vezes és parva
A Dra. L. telefona-me na minha hora de almoço. Entretanto envio-lhe um sms a informar que estou a almoçar mas que já vou ter com ela. Volta a telefonar, aos berros, em frente a uma doente, porque faltou uma doente à consulta. Eu explico que liguei à doente e deixei voicemail porque esta não atendeu.
Ora, e tungas, tungas, coiso e tal, e que eu estou a almoçar, mas ela nem sabe se vai almoçar, e que isto não pode acontecer, que eu devia ter chamado a sra....
Eu - Desculpe, mas eu telefonei à sra. Quando não atendeu, deixei mensagem. Eu fiz a minha parte. Não posso ir buscar a doente a casa..
 - Mas a sra não viu a mensagem, isto não pode acontecer. Tem que contactar as doentes!...
Eu - Mas eu deixei a mensagem, se a sra. não ouviu, a falha não é minha, é da sra. ( E eu a começar a ficar irritada...) Imagina quantas das pessoas eu contacto e deixo mensagem e vêm?... Eu não adivinho as que não ouvem... (cada vez mais irritada... Fala calma, calma...)
- E como é que vamos resolver isto, já falei com o coordenador, isto não pode voltar a acontecer. E eu vou-me embora, não posso continuar a ser tratada como uma pessoa diferente, de segunda!...
Eu - Olhe, então vou-lhe dizer isto. Realmente é tratada de maneira diferente. É tratada de maneira preferencial por mim. Sempre dei preferência às suas doentes. E eu tentei contactar a sra., portanto a culpa não é minha.
- Agora temos de resolver este problema. E o que é que eu hei-de fazer? Pronto, vou falar com a sra. e ela vem amanhã.
Eu - Ok. Eu vou mudar na agenda. (respiro fundo, o melhor é não me chatear...)

Então o que vale mais? A infelicidade de trabalhar num sítio deprimente e que não se quer ou a infelicidade de ser injustiçada por aqueles por quem se dá o máximo, além daquilo que é pedido?

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