A culpa faz parte da maternidade.
As mães sentem-se culpadas por muita coisa: pelas cólicas, pelas birras, pelos gritos...
Como qualquer outra mãe, este é um sentimento que me acompanha desde o nascimento dos meus filhos.
Quando era miúda e adolescente, os miúdos adoravam-me. As crianças que não me conheciam de lado nenhum derretiam-se a olhar para mim e os que me eram alguma coisa só queriam estar comigo.
Brincávamos mas era principalmente mimo, muito mimo.
Quando era criança, brincava imenso sozinha. Sou filha única, e só brincava com amigos na escola.
Hoje, com duas crianças pequenas, não me apetece brincar.
Ao ler um post de outro blog (que agora não consigo identificar) identifiquei-me mas também tive uma epifania.
Realmente não acho que seja essencial brincar muito com os nossos filhos. No meu caso, por exemplo, eles brincam os dois e entretêm-se muito.
O que me preocupa são duas coisas:
# Sempre quis ser uma mãe porreiraça. Mãe, mas porreiraça. Parece-me que ando muito séria a fazer o papel de Mãe(!) e estou a esquecer-me de brincar e rir com eles.
# Parece-me que estou a vestir o papel de mãe e a esquecer-me de ser pessoa. Ou que só sou eu quando estou com os amigos ou sozinha com o T. Aquela pessoa divertida, sempre a cantar, sempre prontinha a um passinho de dança inesperado fui substituída pela mãezona.
E aí sinto muita culpa.
Sinto a culpa de perder a paciência, de fazer o papel de má, de disciplinadora e esquecer-me de ser eu própria com os meus filhos e privá-los de ter uma infância mais divertida com boas memórias...
Resolução de 2013:
Ser eu própria, SEMPRE.
Sem comentários:
Enviar um comentário