Já tinha tido infeções nas amígdalas, coisas feias, muito graves. Os médicos decidiram que o melhor era ser operada o mais rápido possível, antes de fazer uma nova infeção e de isso ter repercussões mais graves na minha garganta. Toda a gente comentou o difícil que era a recuperação (menos os médicos), mas pronto. Era urgente , tinha que ser feito (ainda adiei 2 meses), e portanto fui tirar as amígdalas.
Primeiro, era uma cirurgia em ambulatório, analgésicos durante 3 dias, comida fria e mole e repouso, incluindo falar pouco.
Começámos logo mal.
Fui operada no "meu" hospital, por isso as pessoas sabiam que eu era "da casa". Muita descontração, pouca informação. Fui internada de manhã, o que estranhei, já que as outras cirurgias que fiz de ambulatório, só entrei mesmo antes de ser operada.
Fui operada por volta da hora do almoço, completamente esganada de fome, e quando acordei da anestesia super bem tratada, por enfermeiras que conheço muito bem. Só quando me disseram que podia ir para cima, para o internamento é que comecei a ficar nervosa.
Se ia para cima, é porque ainda ia demorar por ali. Sem telemóvel, sem poder falar com ninguém... Eu só queria voltar para casa...
Quando, passadas 2 horas, a enfermeira me diz finalmente que tenho de ficar lá durante a noite...
Nem sei explicar os nervos que me assolaram...
As visitas de amigas que trabalham comigo ajudaram ( a rir, o que suspostamente não deveria fazer...) e o apoio do T., que deixaram ficar lá até mais tarde do que é suposto, ajudaram-me a passar a noite.
Mas a parte pior foi quando por volta das 19h30 me trouxeram uma sopa gelada com uma palhinha... Aí, vi o que me esperava nos próximos dias!
Já disse que não como nem bebo nada frio, nem no verão?!
Portanto, tenho dores na garganta e boca e o que me trata, provoca-me dores de cabeça e dentes?! Isto só pode correr bem...
No dia seguinte, lá me deram alta, depois de ter jantado chá frio, ter bebido chá frio ao pequeno almoço e um copinho de leite gelado ao almoço...
E então começou a aventura em casa... Os três dias de analgésico falados pelo médico são uma brincadeira: nos primeiros 4 dias tive que tomar Ben-U-Ron em xarope de 6 em 6 horas, já em sofrimento.
Os meus filhos acharam que o momento em que ia tomar o antibiótico - Clavomox, o grande pesadelo nojento para eles - era um momento de cinema para rir e ficaram visivelmente desiludidos quando não me custou nada a tomar... (Se eles soubessem que estava a ter essa reação com o ben-u-ron, que eles adoram!...)
E depois, a comida. Leite frio que me dava dores de cabeça, sopa líquida fria que me dava dores de dentes, iogurtes que me davam azia, tudo correu bem (whaaaat?!).
Lá me safei com o pudim flan Mandarim a partir do 6º dia, os ovos mexidos frios no 7º, as maçãs assadas a partir do 8º, e assim mantive até hoje, quando comi...
Massa fria. Sem mais nada. Boa.
Isto está a correr muita bem.
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