Passamos a vida a fingir. A fingir calma nos momentos de stress, a fingir amor nos tempos de raiva, a fingir paciência nos momentos de descontrolo.
Sou uma control freak, o que me dificulta a vida como mãe, filha, mulher. Não tenho "armas", argumentos naturais para reagir calmamente ao que me foge ao controlo. Não consigo controlar os comportamentos, vontades e opções dos meus filhos mas finjo que sim, finjo que aceito as coisas com calma e acabo por me acalmar. Esta necessidade de controlo faz-me fingida na o meu amor. Eu não sou calma!
Este papel de mãe obriga-me a ser diferente da minha estrutura, do meu eu.
Como se combate essa dor? Esse fingimento a que este amor desmesurado pelas minhas crias me obriga? Esta mentira é necessária, eu percebo, para criar crianças ponderadas e equilibradas, mas dá-me medo. As crianças são perspicazes e devem perceber que debaixo daquela calma está um turbilhão de emoções.
Ou então sou boa atriz, sou boa mãe e consigo equilibrar tudo isto o tempo necessário para deixar nos meus filhos uma impressão de controlo e equilíbrio.
Ou talvez tenha que aprender que o meu papel de mãe me mudou como pessoa, ou me deveria mudar. Seja como for, aprendi a respirar e a centrar-me, e o que me torna melhor pessoa certamente me tornará melhor mãe. Um dia...
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