16 outubro, 2014

Realizada... Como a Dra. Brinquedos

 Já sei que foste muito bonita pra escola. Porquê? Já sei que levaste luvas e boné... (na verdade, galochas cor-de-rosa às flores, luvas cor-de-rosa com brilhantes e boné da Kitty vermelho às bolinhas brancas - suspiro) Qual é o mal? Nenhum. Mas também levaste um boneco, que eu te disse que não devias... O meu bebé não é um boneco, é uma realização, uma superviva, modo peluche, como a Dra. Brinquedos. (Eu a tentar conter o riso) Ah, sim?! Sim.


Viagens de Carro ao Fim do Dia ou Às Vezes Mais Vale Não Saber as Coisas - Parte II

2 dias depois. Eu e Pipoca no carro.
Mãe, sabes que eu já não sou namorada do Martim? Não, não sabia. Então, porquê? Sabes o que eu descobri? Não. O Martim tem mais namoradas. 5. Já tinha 5 namoradas! Então e como é que sabes? A Carol contou-me. Mas perguntaste-lhe a ele? Essas coisas devem sempre perguntar-se primeiro, nem sempre o que nos contam é verdade... É verdade, é. Eu perguntei-lhe. E o que é que ele disse? Que era verdade. E por isso eu acabei com ele, porque ele me mentiu. Mas explicaste porquê, que é uma menina para cada menino... Ele disse que queria continuar, mas ele mentiu-me, por isso acabei tudo. Pronto, deixa estar. Também não precisas de namorado, tens muito tempo e há outros meninos. Mas assim eu não posso ter filhos!! (engoli em seco) Oh Pipoca ainda vai demorar muito a teres filhos, antes disso ainda vais brincar muito, aprender muito e namorar muito. Oh, mãe, com que idade é que podemos ser mães? (aqui começaram os suores frios) Quando as meninas começam a mestruar já podem engravidar, mas tu não queres ser mãe enquanto és uma menina, não é? Deves ser mãe quando já tens a tua vidinha, o  teu emprego, a tua casa... Hmmm...

15 outubro, 2014

Lá Fui Eu Ter Com As Velhotas...

...E desta vez levei uma tareia na aula de hidroginástica. A professora decidiu fazer a aula com os chouriços, e agora não posso com uma gata pelo rabo... Ontem nem consegui ver o Mr. Selfridge até ao fim!! Toma que é para aprenderes a não pensares que aquilo é fraquinho para ti. E para aprenderes a não arranjares desculpas para não ires às aulas como quem diz: estou habituada a coisas mais puxadas, réu beu beu, pardais ao ninho...

Para Mamãs Insatisfeitas...

... e que, como eu acham que os miúdos às vezes são mesmo é parvos, existe um blog espectacular! Toddlers Are A**holes é também o nome de um livro, mas o blog para mim é hilariante e, para quem tem filhos entre os 2 e os 9, um mantra de reconhecimento daqueles pensamentos que pomos de lado porque, coitadinhos, são crianças...

Finalmente Alguém Admite - Baby Bump



De hoje em diante, eu vou ter uma barriguinha. Não estou grávida, só tive 3(2) filhos. Vou ter para sempre uma barriguinha.

14 outubro, 2014

Coma Doméstico

It’s funny and even a little bit scary just how much we get wrapped up in our own lives as we grow older. As adults with kids and jobs and bills and all that stuff, we often find ourselves stripped to the bone when it comes to free time and hobbies or whatever.
All of these responsibilities and duties we have to our spouses and our children and our homes and pets and vehicles and utility companies and blah blah blah, they come at such a high cost that I think a lot of people, myself included, begin to look at any kind of relaxation or downtime as — are you
ready for this, here it comes — THE ENEMY.

We need to produce actual time in order to get everything done to produce the funds to keep them going. When you stop to think about that, it kind of becomes clear why a lot of us begin to fail in the marriage department sometime down the line after the honeymoon phase fizzles out. What began as pure romance, as unfiltered passion and the unique, almost artistic emotional drive that young love fosters, that all pretty quickly becomes a small business venture.

(...) I gave up a lot too. And the things that I gave up, things that I just slid aside to make way for all of my money-making and time management, those were the things that really defined me as a human being. Then, as I suspect it goes with a lot of married people, you kind of slide into the Domesticated Coma. Years go by and your old self, the one that you were so familiar with, the one that actually did shit and had fun, (...) that person dies away a little more.
 I think the coma swallowed us both and by the time it began rolling us around in its giant whale belly and trying to turn us into something new, that’s when we finally realized (or she did at least, thank God) that what was once a pretty cool if imperfect marriage of two unique people had been digested into a slimy skid of whale shit.

Às vezes, outros dizem as coisas tão bem que nem vale a pena dizer muito mais. O difícil é ter o momento em que ambos estão dispostos a sair do "coma" sem que seja preciso, como o autor deste texto, levar a uma separação. É dificil encontrar em duas pessoas, numa relação, a vontade de manter a relação fresca, mas mais do que isso, manter uma identidade própria, que não a de família, de modo a suster toda essa realidade familiar. E infelizmente, só o amor não chega.

As Viagens de Carro Ao Fim do Dia ou Às Vezes Mais Vale Não Saber as Coisas

 Mãe, sabes que eu namoro com o Martim. Sim. Já lhe deste beijos? Sim, claro. Muitos. Mais de 25. Na bochecha? Claro, querias que fosse onde? Nada, só queria saber. E ele? Não me dá beijos. Ah! O André e o Miguel andavam só de volta de mim. Porquê? Sei lá! Se calhar o André ainda gosta de ti... Não, ele é que acabou tudo, isto não é assim! Acho bem. Mas tu gostas do Martim? Sim, e também não quero estar sozinha! Oh Pipoca, não precisas de ter namorado, não precisas de meninos para nada... Oh, mas eu gosto dele! Então pronto.

It's Tuesday... I'm In Love - Need The Sun To Break [James Bay]

Haja Quem Me Compreenda - 4 Anos


Há quem o diga melhor que eu e o disfarce dizendo que é menina...

É Terça feira Outra Vez?!

Porque ontem não tive tempo...
...mas tive-A por cá outra vez!

10 outubro, 2014

Love is Love is Love

Não importa quem dá amor, se és pai, mãe, irmão, um pai e uma mãe, dois pais, duas mães, um pai sozinho, uma mãe sozinha, uma avó... O que importa é amar incondicionalmente e apoiar a criança em todo o seu desenvolvimento, nas alegrias, nas tristezas, nas dúvidas existências
Dar o teu melhor é o melhor que podes fazer para ter uma criança que se transforma num adulto confiante e feliz. E amar. Incondicionalmente. Amar de todo o coração.

 Este é um anúncio a um cereal de pequeno almoço. Talvez dos anúncios mais bonitos que vi...

08 outubro, 2014

07 outubro, 2014

O Poder de Decisão [texto longo]

 
Angelina Jolie - “A minha mãe lutou contra o cancro (de mama) durante quase uma década e morreu com 56 anos. Viveu o suficiente para conhecer o seu primeiro neto e para o segurar nos seus braços. Mas os meus outros filhos nunca tiveram a hipótese de a conhecer e de saber o quão amável e ternurenta ela era.

“Falamos muitas vezes sobre a ‘mamã da mamã’ e tenho sempre dificuldade em lhes explicar a doença que a roubou à sua família. Perguntaram-me se o mesmo me poderia acontecer a mim. Respondi-lhes sempre que não se preocupassem, mas a verdade é que tenho em mim um gene, BRCA1, que aumenta consideravelmente o meu risco de desenvolver cancro de mama e de ovário.

[Apenas uma percentagem dos cancros de mama resultam de um gene hereditário. As mulheres que possuem o gene BRCA1 têm, em média, 65 por cento de risco de o contrair.]
“Os meus médicos estimam que eu tenha 87 por cento de risco de sofrer de cancro de mama e 50 por cento de risco de cancro de ovário, embora o risco seja diferente para cada mulher.
“Quando tomei conhecimento de que esta era a minha realidade, decidi ser proactiva e minimizar o risco o máximo que conseguisse. Tomei a decisão de fazer uma dupla mastectomia preventiva. Comecei pelo peito, uma vez que o risco de cancro de mama é maior do que o de ovário, e a cirurgia é também mais complexa.
Cancro ainda é uma palavra que produz muito medo no coração das pessoas e que nos transmite uma enorme sensação de impotência. Hoje em dia é possível, através de um teste sanguíneo, saber quais são as suas hipóteses de vir a sofrer de cancro de mama ou de ovário e tomar medidas preventivas.
“O meu processo começou com um procedimento que exclui a hipótese de doença nos ductos mamários por detrás do mamilo com uma irrigação sanguínea extra dessa zona. É um procedimento que causa alguma dor e muitos hematomas mas que aumenta consideravelmente a hipótese de salvar o mamilo.
“Duas semanas mais tarde fiz a cirurgia que envolveu a remoção do tecido mamário e a colocação de implantes temporários no seu lugar. A operação pode demorar cerca de oito horas. Acordamos com tubos e drenos nas mamas. Parece que estamos numa cena de um filme de ficção científica. Mas alguns dias após a cirurgia podemos voltar à nossa vida normal.
“Nove semanas mais tarde, completei o processo cirúrgico com a reconstrução total da mama, através da colocação de implantes.

“Quis escrever este texto para explicar a todas as mulheres que a decisão de me submeter a uma dupla mastectomia não foi fácil. Mas é uma decisão com a qual estou muito feliz. As minhas hipóteses de vir a desenvolver cancro de mama baixaram de 87 para 5 por cento. Já posso dizer aos meus filhos que não precisam de ter medo de perder para o cancro de mama.

“Naturalmente que nunca os deixei ver nada que os pudesse deixar desconfortáveis ou perturbados. No máximo podem ver algumas pequenas cicatrizes e nada mais. Em tudo o resto sou apenas a mamã, como sempre fui. E sabem que eu os amo mais do que tudo e que tudo farei para estar junto deles o máximo de tempo que me seja possível. Como nota pessoal, posso garantir que não me sinto menos mulher agora do que antes. Sinto-me mais fortalecida por ter tomado uma decisão importante que em nada diminuiu a minha feminilidade.
“Para as mulheres que lerem este texto, espero que ajude o facto de saberem que podem fazer as vossas escolhas. Gostava de encorajar todas as mulheres, especialmente as que têm antecedentes de cancro de mama ou de ovário nas suas famílias, a procurarem ajuda médica e informação que vos possam guiar neste aspeto da vossa vida e informar-vos sobre as vossas opções.
“(…) Escolhi divulgar a minha história porque sei que existem muitas mulheres que não sabem que vivem sob a ameaça e a sombra do cancro. A minha esperança é que todas elas tenham a possibilidade de fazer o teste genético e que no caso de risco elevado de cancro saibam quais são as suas opções.
“A vida apresenta-nos muitos desafios. Os que não nos devem assustar são aqueles que podemos assumir e controlar”.


O poder de tomarmos as decisões na nossa vida é algo de poderoso. O poder de decidir mudar a nossa vida está também presente na decisão de mudar a nossa morte. Não será fácil concerteza viver sobre a dúvida de poder morrer nova, de doença prolongada, fazendo sofrer a nós próprios e a nossa família.
Esta é uma história inspiradora, neste caso de uma figura pública, mas existem tantas...

Há cerca de um ano, deu entrada no hospital uma jovem de 29 anos, grávida, com uma incapacidade de mobilidade sem razão aparente. No início da gravidez, apesar de umas dores nas costas, não havia sinais de nada fora de normal. Um dia, essas dores atacaram de uma maneira que ela não se conseguia mexer. depois apanharam-lhe a perna e não conseguia andar. Quando foi ao hospital, foi internada e, quando foi avaliada, descobriram um nódulo mamário. Com mais estudo descobriram que era cancro e, pior que isso, tão avançado que estava espalhado pelos ossos. Daí não conseguir andar.
Esta era uma jovem com uma história de vida difícil, abandonada pelos pais, com uma história de uma relação abusiva enquanto adolescente, que finalmente tinha encontrado um parceiro, companheiro e amoroso, com o qual decidiu iniciar uma família.
A gravidez ainda estava relativamente no início. O cancro da mama vive das hormonas, coisa que na gravidez está multiplicada e é pouco aconselhada uma gravidez nesta situação. Ela, com o seu companheiro, mediante o cenário da doença, decidiu avançar com a gravidez. Ficou no hospital, fez uma quimioterapia "leve" para aliviar as dores e controlar a doença. Às 36 semanas a criança nasceu. E durante quase um ano conheceu a sua mãe.

Talvez das histórias que mais me marcou nestes anos em que trabalho com estes doentes, porque a rapariga tinha o meu nome e uma idade perto da minha, e nunca a conheci. Nunca veio à consulta. Só ouvi a história, a discussão do caso nas reuniões. Mas marcou toda a minha vivência a partir dessa data.
Aprendi que nunca podemos dizer o que faremos a não ser que passemos pela situação. E que as decisões que tomamos têm o poder de mudar a nossa vida e de todas as pessoas que partilham da nossa vida. Mas que podemos tomá-las mesmo assim.

Isto da Saudade #6 - Come Back To Me [Utada]

05 outubro, 2014

Agridoce

São dias confusos, estes em que estou sozinha. Com os miúdos ocupados sinto-me quase como se fosse solteira e sem filhos. Mas todos os novos pensamentos são para eles, sobre eles. Quando posso, ponho-os na minha mãe para ter tempo para mim. Estranhamente, não durmo mais ou descanso mais por isso. Todo o meu tempo fica ocupado com as centenas de coisas que não faço quando estou com eles: arrumar as faturas, arrumar a mesa da sala, arrumar gavetas, trocar as roupas de verão pelas de outono/inverno (e vice-versa, muitas vezes este ano e tantas outras coisas pequeninas...). A única coisa que parece ser só para mim  é deitar-me tarde. Ficar no iPad, ver um filme, deitada na cama, sem me preocupar com o dia seguinte. Mas  é  estranho. Tem um sabor estranho...
Neste momento, estou sentada no starbucks a beber um chá de meio litro e a comer uma fatia de bolo de tangerina e limão. Cenas que fazia sozinha ou com uma amiga nos tempos de solteira. Esta a saber-me tão bem, mas bem como um molho agridoce. A descontrair, mas a pensar neles a curtir na Kidzania. Vá, hoje é a minha Kidzania. Por estas 2 horas eu brinco às miúdas enquanto os miúdos brincam aos adultos...

01 outubro, 2014

Problemas Mundiais

Café, Canela e Chocolate fala Verdade

 Children by Gertrude Käsebier1 c. 1900s
Estes são os mandamentos da maternidade cá por casa, comprovados diariamente:


1. Renunciarás a uma agenda planeada e organizada, e a imprevisibilidade passará a fazer parte da tua vida.
Sim, por mais que tenhamos tudo planeado e organizado ao milímetro, os nossos pequenos seres conseguem-nos sempre surpreender e mudam tudo em segundos: febre mesmo no dia antes de irmos de férias para aquele destino paradisíaco que sonhamos todo o ano (ou febre assim que chegamos!), uma birra à entrada do supermercado, que impede que se consiga fazer as compras que queríamos, e outras tantas coisas do género.

2. Passarás a acordar sempre cedo, sem precisar de um despertador.
E geralmente, aos fins de semana, em que podíamos dormir mais tempo, eles vão acordar mais cedo ainda, e nós também - pelo menos até à adolescência, mas isso é outra conversa.

3. Renunciarás a uma casa arrumada.
Desde que os pequenos seres invadem a nossa casa, é muito provável que haja brinquedos espalhados por todo o lado (mesmo que no instante anterior tivéssemos acabado de arrumar tudo) e migalhas pelo chão e sofá (entre outras coisas menos bonitas de se descrever aqui).

4. Passarás a viver com o coração nas mãos.
Que é como quem diz, a prioridade passam a ser eles. Sempre, a toda a hora. E as preocupações são uma constante, porque queremos sempre o melhor para eles: queremos que tenham saúde, que sejam felizes, entre tantas outras coisas. Assim que toca o nosso telefone e vemos que nos estão a ligar da escola deles, o coração dispara.

5. O teu assunto principal de conversa passará a ser o teu filho - e a maternidade.
É inevitável, num encontro de amigos, família ou mesmo de colegas, acabamos sempre a falar de como está crescido o miúdo, como está bonita a miúda, mostramos fotografias no telemóvel e combinamos encontros no parque infantil. Eles comandam a vida.

6. Passarás a dominar o multitasking.
Ser mãe dá-nos novas capacidades: de ter o mais pequeno ao colo para acalmar a birra, enquanto se lava os dentes à maior e se espera que a sopa para o dia seguinte acabe de cozer. Passamos a fazer mais coisas ao mesmo tempo, e aprendemos a dominar a arte de fazê-las todas bem.

7. Renunciarás a uma vida íntima espontânea.
Que é como quem diz, namoros só depois de os miúdos estarem deitados e nos assegurarmos que estão a dormir profundamente. Acaba-se a espontaneidade da vida de solteiros, volta a época de namorar à escondidas. E mesmo assim, corre-se o risco de aparecer um deles no quarto porque perdeu a chucha e querer saber que jogo é aquele debaixo dos lençóis.

8. Aprenderás a ouvir conselhos de toda a gente sobre os filhos, e a ignorá-los.
Toda a gente sente necessidade de emitir opinião sobre os nossos filhos e sabe sempre dizer o que é melhor em qualquer situação. Aprendemos a ouvir, e depois consultamos o pediatra, os professores dos nossos filhos, os livros, mas acima de tudo ouvimos o nosso instinto materno (que nunca falha).

9. Passarás a ter como programas sociais frequentes as festas infantis.
E feirinhas, mercaditos, idas ao Zoo, Oceanário e tudo o que é programa infantil. Subitamente a vida em sociedade envolve roupa infantil, idas ao parque, gelados e algodão doce e muitas, muitas pinturas faciais (e às tantas já não nos lembramos da última vez que saímos com o marido ou com os amigos para beber um gin tónico).

10. Experimentarás a bipolaridade.
Ora nos apetece ir passar um tempo sem eles para termos tempo para nós (deixa-nos a vida numa agitação tal que às vezes damos em doidas), ora estamos loucas para os ver e abraçar e a morrer de saudades.

Chama-se maternidade. E não há tratamento conhecido.
(mas serás incrivelmente feliz!)

Isto da Saudade #4 - When You're Gone [Bryan Adams ft. Melanie C]

Isto Explica Muita Coisa #14 - Sobre a Felicidade

 On happiness: "I've always believed happiness is overrated, you know? It's those difficult times that inform the next wonderful time, and it's a series of trade-offs, of events, of wins and losses."


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